
Outubro Rosa reforça a importância da prevenção e do cuidado integral com a saúde feminina.
Arte: Juliana Bezerra
O Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização sobre o câncer de mama e, mais recentemente, do colo do útero, reforça neste mês a importância da prevenção e do cuidado integral com a saúde feminina. Criada nos anos 1990, a campanha se consolidou como uma das mais importantes iniciativas globais de saúde da mulher para promover informação, exames preventivos e contribuir para a redução da mortalidade.
No Brasil, os números dão a dimensão da urgência. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama permanece como a principal ameaça oncológica à s mulheres (excluindo o de pele não melanoma), com mais de 20 mil mortes registradas em 2023 e estimativa de 73 mil novos diagnósticos até final de 2025. Já o câncer do colo do útero, terceiro mais frequente no paÃs, apresenta cerca de 17 mil novos casos anuais e foi responsável por 6,9 mil óbitos em 2022.
Diante desse cenário, a médica Monique Thurm Valerio, especialista do Serviço Social da Indústria (SESI), alerta que a informação e o acompanhamento regular com profissionais de saúde são decisivos para enfrentar as doenças, que continuam entre as principais ameaças à vida das mulheres brasileiras.
De acordo com a profissional, não existe uma única regra válida para todas as mulheres sobre quando iniciar os exames de rastreamento. “A frequência vai depender do histórico de saúde de cada mulher. Em geral, sem casos na famÃlia, a conversa com o médico deve começar aos 40 anos e a mamografia costuma ser indicada a partir dos 50. Quem tem histórico familiar ou mutações genéticas pode precisar começar antes. O mais importante é manter um vÃnculo contÃnuo com o médico de referência”, explica Monique Valerio.
A especialista ressalta que existe um consenso cientÃfico de que mudanças nos hábitos cotidianos podem reduzir de forma significativa a probabilidade de desenvolver a doença. “Há evidências de que o estilo de vida influencia o risco de câncer de mama. Manter o peso saudável, praticar atividade fÃsica regularmente, limitar o álcool e ter uma alimentação equilibrada com mais frutas, verduras e menos gordura podem reduzir o risco da doença ao longo do tempo”, afirma.
Informação, aliada ao diagnóstico precoce, é essencial para salvar vidas.
O autoexame ainda é recomendado?
O autoexame das mamas continua sendo uma prática útil para o autoconhecimento do corpo, ajudando a mulher a identificar alterações que possam surgir. No entanto, ele não deve ser visto como a única forma de rastreamento do câncer de mama. As diretrizes atuais do Ministério da Saúde recomendam que a atenção principal esteja voltada para a mamografia, indicada em faixas etárias especÃficas, enquanto o autoexame pode complementar esse cuidado, estimulando a percepção precoce de mudanças e a busca por avaliação médica quando necessário.
“As diretrizes atuais mostram que ele não reduz a mortalidade e pode provocar ansiedade desnecessária. A recomendação atual é o autoconhecimento das mamas, para perceber o que é normal ao seu corpo e procurar ajuda ao identificar qualquer alteração. Esses achados podem não indicar câncer, mas devem ser investigados”, esclarece a médica.



